Conquistas femininas: 9 exemplos para comemorar no Mês da Mulher

conquistas femininas

Algumas coisas já são tão comuns no nosso dia a dia que acabamos fazendo de forma automática, sem questionar ou pensar muito. Por exemplo, tomar pílula anticoncepcional, votar e se divorciar são conquistas femininas atuais – mas nem sempre foi assim.

É por essa razão que o Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, surgiu: para que pudéssemos refletir sobre as lutas e conquistas que fizemos ao longo dos anos em busca de melhores oportunidades e igualdade entre homens e mulheres.

Prova disso é o motivo da escolha do dia 8 de março. Você já parou para pensar por que essa data foi escolhida para celebrar o Dia da Mulher? São essas e outras conquistas femininas que vamos te mostrar ao longo do texto. Acompanhe!

Dia Internacional da Mulher: mas, afinal, por que dia 8 de março?

Pouca gente sabe, mas o dia 8 de março é utilizado por movimentos feministas como uma data para celebrar a luta pelos direitos das mulheres desde o início do século XX. Vários eventos marcaram essa data, porém, 2 deles foram determinantes para a escolha.

*Incêndio na fábrica de roupas Triangle Shirtwaist, Nova York (1911)

Em 25 de março, um incêndio atingiu a fábrica e matou 146 pessoas, 23 homens e 123 mulheres. Quem estava no prédio teve pouca chance contra o fogo, pois as saídas estavam trancadas. Isso porque na época fechavam-se as portas para impedir a saída para pausas durante o turno.

O noticiário também revelou as péssimas condições de trabalho das vítimas. Cargas horárias que podiam chegar a 16 horas diárias, salários baixos e locais insalubres eram alguns fatos da dura realidade vivida pelas operárias.

*Marcha das mulheres russa por pão e paz (1917)

Em 8 de março de 1917, as mulheres saíram às ruas de São Petesburgo para pedir pão, melhores condições de vida e a saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial. O movimento operário aderiu à manifestação e cerca de 50 mil trabalhadores entraram em greve. O evento marcou a chamada Revolução Russa de 1917. Além disso, também fortaleceu a causa do sufrágio feminino no país.

Desde o final do século XIX, organizações socialistas e sufragistas femininas defendiam a criação de uma data para lembrar a luta das mulheres por direitos. No entanto, foi no ano de 1977 que a ONU oficializou a data 8 de março como Dia Internacional da Mulher.

Como podemos ver, foram necessárias muita luta e a ação de mulheres incríveis para que alguma mudança surgisse. E, apesar de ainda termos um longo caminho a ser percorrido, essas conquistas estão aí para nos fortalecer e mostrar que nada pode nos parar.

Por isso, separamos 7 conquistas femininas que já fazem parte da nossa realidade para você se inspirar e se orgulhar das mulheres incríveis que lutaram por isso.

7 conquistas femininas que podemos celebrar no dia 8 de março

Como falamos acima, apesar de ainda termos muita luta pela frente, nós, mulheres, já conquistamos muitos direitos ao longo da história. É isso que vamos enaltecer agora! Veja só 9 conquistas femininas que podemos celebrar no dia 8 de março.

#1 Lançamento da Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã (1791)

Marie Gouze, conhecida como Olympe de Gouges, foi uma feminista pioneira que divulgava sua opinião e luta através de escrita e peças teatrais. Isso porque o seu maior desejo era que as mulheres tivessem os mesmo direitos e deveres que os homens.

O panfleto “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã”, escrito em 1791, chamava as mulheres para agirem. No entanto, Olympe foi guilhotinada por questionar os valores da época. Mesmo após mais de 200 anos, essa coragem continua inspirando mulheres pelo mundo.

#2 Conquista do voto feminino (1932)

Sabia que foi apenas em 1932 que as mulheres conquistaram o direito de votar? E isso não é tudo: na época, apenas mulheres autorizadas pelos maridos, viúvas ou solteiras que exerciam trabalho remunerado podiam ir às urnas.

Entre as mulheres brasileiras que lutaram pelo direito ao voto está a bióloga Bertha Lutz. Por ter conhecido a luta feminina na Europa e nos Estados Unidos, ela foi diretamente responsável pelas mudanças de leis que deram direitos básicos às mulheres.

Isso porque ela criou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF) e afirmava que o direito ao voto não era um privilégio, mas uma obrigação, e que não deveria haver distinção de gênero.

Apenas em 1965 entrou em vigor a igualdade plena de direitos e deveres eleitorais entre o sexo feminino e masculino.

#3 Criação da pílula anticoncepcional (1961)

Foi só em 1961 que a primeira pílula anticoncepcional chegou ao Brasil e provocou mudanças culturais e comportamentais. Nas décadas seguintes, o medicamento ganhou popularidade e revolucionou a sexualidade feminina.

Margaret Sanger, enfermeira e sexóloga, é considerada a criadora do termo “controle de natalidade”. Junto ao cientista Gregory Pincus, o ginecologista John Rock e a bióloga e feminista Katherine McCormick, ela foi responsável pela descoberta da pílula contraceptiva.

Ela acreditava que as mulheres não teriam os mesmos direitos que os homens enquanto não fossem livres sexualmente e queria que fosse possível uma mulher ter controle do seu corpo, decidindo se queria ou não ter filhos.

#4 Sancionado o Estatuto da Mulher Casada (1962)

Se levarmos em consideração o que dizia o Código Civil de 1916, as mulheres casadas não teriam nenhum poder de decisão. Isso porque era necessário ter autorização do marido para trabalhar fora de casa, por exemplo.

Foi só em 1962 que surgiu a Lei 4.121/62, o Estatuto da Mulher Casada, abolindo a incapacidade da mulher de tomar decisões. Dessa forma, foi possível que mulheres trabalhassem fora de casa, além de terem o direito à herança e requerer a guarda dos filhos em caso de separação.

Essa é uma das conquistas femininas que tornou o papel da mulher um pouco mais próximo ao do homem. No entanto, os gêneros só foram considerados iguais perante a Lei com a Constituição de 1988, menos de 30 anos atrás.

#5 Primeira mulher presidente do mundo (1974)

Isabelita Perón assumiu o governo da Argentina em 1974, depois da morte de seu marido Juan Domingo Perón. O governo havia herdado uma série de problemas, como greves de trabalhadores, inflação e violência política. Neste cenário, a medida tomada pela então presidente foi decretar estado de sítio e reformar os ministérios. A crise saiu do controle e Isabelita foi deposta pelos militares em 1976.

Embora Isabelita não tenha sido a mais popular dos políticos na história da Argentina, o fato de uma mulher estar à frente de uma país pela primeira vez foi um grande marco.

#6 Sancionada a Lei do Divórcio (1977)

Foi apenas no final da década de 1970 que a dissolução do casamento se tornou uma realidade. Até então, as pessoas casadas continuavam com um vínculo jurídico até o fim de suas vidas. Era possível fazer o pedido de “desquite”, mas o vínculo matrimonial permanecia.

A Lei do Divórcio trouxe a possibilidade de que as pessoas pudessem se casar novamente e apenas a Constituição de 1988 deu a liberdade de um indivíduo se casar e se divorciar quantas vezes quisesse. Afinal, isso fica a critério de cada um, não é mesmo?

#7 Criação do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (1987)

Criado em 1987, o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDIM/RJ) resultou das reivindicações dos movimentos femininas do Rio de Janeiro. A finalidade dele é elaborar políticas sob a ótica de gênero, com igualdade de oportunidades entre homens e mulheres.

As ações realizadas pelo CEDIM ganharam crédito junto ao público feminino, o que levou à criação de conselhos em outros estados, da Superintendência de Direitos da Mulher-SUDIM/RJ em 2007 e, posteriormente, da Subsecretaria de Políticas para as Mulheres.

#8 Criada a Lei Maria da Penha (2006)

Acredite: a Lei Maria da Penha é de 2006. É ela quem julga crimes de violência contra a mulher, doméstica ou familiar. A medida também cria medidas de prevenção e proteção às vítimas.

A Lei ganhou esse nome por causa de Maria da Penha Maia Fernandes, farmacêutica do Ceará que lutou por décadas para ver seu agressor preso. O ex marido a agrediu e tentou matá-la mais de uma vez, tornando-a paraplégica. No entanto, ele cumpriu apenas 1/3 da pena e hoje está em liberdade. Maria da Penha tem 3 filhas e é fundadora de uma ONG que luta contra a violência doméstica.

#9 Aprovada a Lei do Feminicídio (2015)

Foi apenas em 2015 que a Lei do Feminicídio foi sancionada pela então presidente brasileira Dilma Rousseff. A lei torna hediondo o assassinato de mulheres por causa da discriminação de gênero ou em virtude de violência doméstica.

Além disso, a lei trouxe uma alteração para o Código Penal, prevendo a ação como homicídio qualificado. O tempo de pena também pode ser maior em alguns casos específicos, como feminicídio ocorrido contra menores de 14 anos, pessoas idosas, durante a gestação ou no trimestre posterior ao parto.

Essas são apenas algumas das conquistas femininas que marcaram a história. Como podemos ver, várias mulheres se esforçaram muito para promover a mudança e fazer do mundo um lugar mais justo para mulheres. Por isso, essas conquistas precisam ser celebradas e relembradas por nós, mulheres!

Mulherices valoriza todas as lutas e conquistas das mulheres

Como vimos acima, há muito poder feminino por trás de diversas conquistas ao longo da história. E são elas que precisamos relembrar e celebrar no dia 8 de março. Afinal, essa data existe para relembrarmos nossa força na busca por melhores condições de vida, mais segurança, igualdade, respeito e liberdade.

Aqui no Mulherices, nós valorizamos e apoiamos todas as lutas e conquistas femininas. Por isso, sempre realizamos eventos e workshops entre associadas para promover mais discussões sobre diversos temas do universo feminino.

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